Se não de para ir contra eles, não junte-se a ele! Frite-os e coma!

Não é minha intenção transformar meu blog em um espaço de comida bizarra, mas foi a força do destino que está novamente trazendo esse assunto!
Neste final de semana fui a um "Omatsuri", para quem não sabe, trata-se de uma festa, religiosa, onde há danças tradicionais, tocam musicas com flautas e "taiko" tambor japones, e tem muita comida, quase sempre de má qualidade, mas faz a festa de muita gente.
É muito interessante, nem sempre são iguais, todos os bairros fazem, cada qual com suas característica.
Bem neste, foi muito interessante mesmo, teve escola de samba japonesa, fanfarras das escolas do bairro e um monte de atração que eu acabei não podendo assistir, pois preferi ver as barracas de comida, e neste "omatsuri" estava muito bom, nele havia comida profissional, coisa rara, até uma barrca com uns cinco Chefs, preparando lanches com uma aparência ótima, comida indiana, coreana, tailandesa, e um monte de outras nacionalidades, é realmente estava bem diferente! E bem dividido, havia um outro lugar em que se comercializava "Mukashi no riyori" Comida de antigamente, e lá velhinhos animados, comercializavam como antigamente, era tão descontraído que nem parecida Tóquio, Japão, me senti numa feira livre em São Paulo, havia degustação e muita simpatia, muita gente sorridente e digamos um pouco altos pelo Sakê, mas era uma atmosfera descontraida.
Falei com tanta gente, todos queriam vender " o seu peixe", havia um velhinho de 83 anos que era o garoto propaganda do "yaki Manju" bolinhos de farinha sem tempero, sem nada, que são grelhados no carvão e são pincelado com um molho a base de mel e shoyu, e vagarosamente assado dos dois lados sempre recebendo pinceladas do molho que vai penetrando e dando sabor, deve ser muito bom porque quando cheguei já não havia mais nenhum para ser vendido, só me restou ver o processo de assar.
Bem esse velhinho, realmente estava "genki" ou melhor, muito bem, não aparentava ter essa idade e ele atribuiu a esse "Yaki Manju".
Um outra barraca chamou-me a atenção, vendia pequenos camarões, de ótimo sabor, e o vendedor me garantiu que eram "bebes Camarões", também me deu um peixinho, de sabor doce, gostoso, e também disse que eram "Bebes Peixinhos", vou classificar assim, eu estava num "berçário desgustativo", mas o "Grand finale" foi a iguaria da foto, não sei se deu para vocês perceberem o que são.
Começou assim, ele ofereceu ao Roberto e disse "Mushi desu"(É inseto), bem o Roberto nem prestou a atenção pegou alguns e enfiou na boca, e falava (gostoso) "oishii desu", o vendedor sorriu, e disse: "wakarimashita ka? Mushi desu" (Entendeu? É inseto) então eu olhei bem para a caixa em suas mão e comecei a ver perninhas de gafanhoto torradinhas, o Roberto parou e olhou, disse: "Mi são grilos ou gafanhotos?". Logo a duvida foi sanada, são ganhotos!
Apesar do susto, o Roberto realmente achou saboro, e estava me convencendo a experimentar, afinal chef tem que comer de tudo, mas eu acredito que quase tudo, nem tudo dá para provar, chef também tem estomago, e nojo, é humano!
Eu estava me enchendo de coragem, quando se aproximou de mim uma senhora sem dentes, que se antecipou e serviu-se de vários gafanhotos, e quis falar comigo enquanto comia os bichinhos, eu os via sendo mastigados bem a minha frente, pois a senhora comida de boca aberta, para mim foi o basta! Olhei firme para o Roberto e disse: Não vou comer nem que me pague por isso!

Bem, passado por este mal estar, o vendedor me contou a história dessa iguaria.
Antigamente os produtores de arroz eram surpreendidos por nuvens de gafanhotos vindo da américa, que devoravam tudo em seu caminho, e o arroz era a principal fonte de alimento, como no japão não haviam predadores para esse inseto, e naquela época também não haviam tecnologias agrícolas, alguém deu a idéia de comer os gafanhotos, logo alguém sugeriu temperar com shoyu e mel, e para melhorar o sabor, fritar em panelas para ficarem crocantes!

Até hoje tem muita gente que aprecia esta iguaria, principalmente no interior do país, onde as tradições são mais forte.

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